Escritora - Poetisa - Colunista - Activista Cultural - Artista Plástica
Resumo de Obras

1 - Inquietudes de Ruth Collaço

“Inquietudes” é um livro de poesia de Ruth Collaço que oferece um passeio visceral por emoções e sentimentos intensos. A autora expressa experiências pessoais e reflexões profundas, convidando o leitor a uma jornada íntima através da sua escrita. Um dos poemas destacados do livro é “As lágrimas da minha mãe”, que parece tocar em temas familiares e pessoais com grande sensibilidade. Os comentários dos leitores sugerem que é uma obra que não deve ser perdida, destacando a coragem da autora em expressar sentimentos que muitos podem hesitar em revelar.

2- Ginguba com Açucar - Ruth Collaço

“Ginguba com Açúcar” é uma obra literária de Ruth Collaço que parece ser uma celebração da vida através da poesia. Embora não haja um resumo detalhado disponível nas fontes pesquisadas, o título sugere uma mistura doce e nutritiva de temas, possivelmente refletindo a riqueza da experiência humana com um toque de doçura. A autora é conhecida por sua habilidade de capturar a essência das emoções e da vida cotidiana com palavras que ressoam com os leitores

 3- Beijos e Contos de Ruth Collaço e Heterónimos

“Beijos e Contos” é uma obra que explora o beijo como uma manifestação física e espiritual de afeto, com ênfase especial na relação amorosa e nas sensações de sensualidade e erotismo que ela pode desencadear. Ruth Collaço, juntamente com seus heterónimos, dissecam as múltiplas facetas do beijo com grande detalhe e poesia, embora grande parte do livro seja em prosa. O livro é descrito como uma viagem às sensações profundas e variadas que um beijo pode inspirar, oferecendo uma análise minuciosa e poética deste gesto íntimo  

4 - Pé de Carvão e Poemas na Palma da Mão de Ruth Collaço

“Pé de Carvão e Poemas na Palma da Mão”, é uma obra literária que celebra a conexão com a natureza e a cultura dos Açores. Ruth Collaço, através de um dos seus heterónimos, “Pé de Carvão”, inspirado na Ilha Montanha, aborda e critica as problemáticas sociais com um estilo descontraído1. A autora, conhecida por sua paixão pelos Açores e pela natureza, utiliza tanto o seu ortónimo quanto os heterónimos para alcançar um público diversificado, comparando-se a uma tangerina em sua capacidade de se revelar em camadas. A obra foi apresentada durante as Festas da Madalena, refletindo o compromisso da autora com as questões ambientais e sociais, bem como o seu papel ativo na comunidade literária através da editora “Ventos Sábios” e do grupo homônimo.

​

5 -"Na Toca da Loba" realça a profunda paixão da autora, Ruth Collaço, pela narrativa rica em poesia e imaginação. A obra explora um universo multifacetado que combina elementos de mitologia, epopeia, história, e cultura portuguesa. Através de personagens vibrantes e cenários que evocam fados, mitos e paisagens insulares, o enredo nos transporta para uma aventura intensa e poética. O tema central do amor permeia a história, revelando-se como o elemento mais humano e universal da narrativa.

​

«TOCA DA LOBA»

DE RUTH COLLAÇO

PREFÁCIO

«IRA FUROR BREVIS EST»

(a ira é uma loucura passageira)

Horácio, Epistolas, 1, 2, 62

Nos tempos de tantos anos, continuam a espantar o poeta que os seus parceiros em letras, comunguem em convites a escrever em prosa, prefácios, posfácios, notas críticas e tudo o mais que a literatura usa para formalmente se dignificar e avaliar, mas fora da minha zona de conforto, a poesia. Servem estas linhas iniciais de texto, de aviso aos leitores e pedido de desculpa à AUTORA,  justificando assim o facto de não prefaciar respeitando a praxis académica, usualmente perfeita tecnicamente e negligente em paixão.

Nunca me peçam que nestes trabalhos faça a autopsia a uma obra, como separando numa flor, raiz, pedúnculo, recetáculo, ovário, sépalas, pétalas, estilete, carpelo, estame, etc, desfazendo o que o criador concebeu e a onde posteriormente nunca conseguirei reconstruir a forma, beleza e fulgor original. Sou simplesmente poeta e amo a lírica, a mensagem, o ritmo, o encanto, muito além da forma e do estilo.

Ficará assim aos ombros dos leitores, descobrirem esta impressionante e vertiginosa aventura que aconselho vivamente, nos seus deliciosos e emocionantes detalhes, explorando a obra nos seus detalhes.

Desfrutando de NA TOCA DA LOBA, fui levado a navegar ou a sobrevoar, a crista da onda-narrativa a um ritmo alucinante de uma ação que me levou a interrogar, em vários pontos de leitura, se estava numa epopeia, num livro perdido do «Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien»,

«…Mulwani tinha ganho lugar de destaque e chefia entre as guerreiras do templo pela forma intrépida e ferozmente corajosa co que combateu e enfrentou o exército Lumi…»

numa saga de antiga mitologia pagã,

«…Dentro do templo havia duas salas de trono, uma para Dogoda na ala norte e outra para Hades na ala sul…»

num romance ritualista do eterno feminino,

«Repetia ali a dança das mulheres sábias, das velhas que foram antes delas, das bruxas e feiticeiras…»

numa sociedade remota pré renascimento,

«…Naquela época cada nobre era obrigado a responder ao chamado para a batalha e serviço ao Rei com seu próprio equipamento, arqueiros e soldados.

numa terra onde as navegações portuguesas aportaram

«…sacudiu a memória e percebeu que na Toca da Loba, cantava-se o fado…»

e onde pontifica o nosso Fado – para num aparte iluminado homenagear-se a eterna Diva Amália -, numa ilha Avalon ou Antília, Pico ou Santa Madalena,

«…Naquela tarde o céu estava limpo, o mar da ilha beijava suavemente as rochas negras…»

pela mão cuidada, inspirada e frenética da RUTH COLLAÇO, tentei até racionalizar, respirar, se estava lendo, de tão envolvido que a autora me deixou na sua narrativa, vivendo um romance, um guião de teatro ou filme, ou até uma ópera rock, porque em diversos pontos de leitura, em flash de memória, surgia-me «Bohemian Rhapsody» dos «Queen», como imagem veloz e voraz da minha atenção, sem pausas desde a Dedicatória até ao Epílogo, passando pelos XIX Capítulos e finalmente ao aportar num Olissipo promessa de «…muitas outras histórias…», na mestria da prosa da AUTORA, sempre benignamente salpicada por poesia fantástica e perturbadora.

«…Tens o cheiro da raiz

Desta terra mãe sagrada

Por deus pai abençoada

Cheiro forte, cheiro quente

Essência viva do ser que és

Cheiro pele, corpo inquieto

Erva doce onde me deito

Erva cheiro do meu peito»

Personagens e locais, esqueleto da narrativa e do imaginário precioso de RUTH COLLAÇO como Loba, Dogoda de Hades, Hades, Júlia Florista, Mago, Maria do Vento, Maria da Lua, Pé de Carvão, Sombra, Ventos Sábios, Voz, Zé Maria, Maria Muda, Olho de Falcão, Zé da Pipa, Sr. Abade, Sr. Alcaide, Toca da Loba, se não me esqueci de nenhum, não desmerecem nenhum ficcionista, escritor, ou obra que eu conheça, como num universo paralelo, povoado de deuses, semi deuses e humanos, para finalmente emergir implacável, impondo-se o AMOR, apenas o humano sentimento-rei do AMOR.

«…eu dou-te o meu vento

que a brisa não chega

teu corpo alimento

tua alma eu amo!»

Enfim caro leitor, descubra por si este NA TOCA DA LOBA, forme a SUA opinião do fazer literário da RUTH COLLAÇO lendo-a, comunicando com ela, porque sem ler sabe apenas o que lhe dizem.

Convido-o a concordar comigo, nos parabéns emocionados à AUTORA que lhe remeto nestas singelas palavras, desejando que regresse em breve, ao nosso convívio com as prometidas novas aventuras.

Desculpem ‘qualquer coisinha’

Tenham esperança, sejam eXigentes.

Von Trina